Fast Tracking Cirúrgico: Uma Jornada para Maior Segurança, Qualidade no Atendimento e Alta Segura

Para melhorar o desempenho de qualquer organização, é fundamental definir objetivos que atendam aos interesses de todos os envolvidos. No setor da saúde, os stakeholders têm interesses diversos e, por vezes, conflitantes, como acesso aos serviços, lucratividade, qualidade, controle de custos, segurança, comodidade, cuidado centrado no paciente e satisfação. Quando os objetivos não estão claros, surgem abordagens divergentes, conflitos e atrasos no progresso (PORTER, 2010). De acordo com Porter e Teisberg (2006), a prioridade máxima é entregar alto valor em saúde, o que significa alcançar uma relação positiva entre os resultados da assistência e seus custos. Esse objetivo é fundamental para os pacientes e também permite harmonizar os interesses de todos os participantes do sistema de saúde.

Uma das estratégias adotadas para entregar Valor em Saúde para o paciente cirúrgico é o fast tracking cirúrgico.

O que é o fast tracking cirúrgico?

É um processo acelerado e multidisciplinar voltado para a melhoria do atendimento a pacientes submetidos a cirurgias de baixa e média complexidade.

E quais são os objetivos principais?

Reduzir complicações, diminuir o tempo de internação e readmissões hospitalares, promover a recuperação mais rápida do paciente.

E quais são as vantagens do Fast Tracking Cirúrgico?

Para o paciente: menor tempo de espera, rápida recuperação, menor incidência de complicações, retorno mais ágil às atividades.
Para a equipe médica: maior disponibilidade no centro cirúrgico, simplificação de trâmites, otimização do tempo do cirurgião.
Para hospitais e fontes pagadoras: previsibilidade de custos, redução de gastos, aumento da segurança e qualidade do atendimento.

E quais são as etapas para Implementação do Fast Tracking Cirúrgico?

1. Ações pré-hospitalares:

– Orientação do pré-operatório com cirurgião

– Consulta pré-anestésica

– Comunicação assertiva com o paciente antes da admissão

2. Processo de admissão e cirurgia:

– Seleção de pacientes elegíveis

– Protocolo de cirurgia segura (checklist)

– Prevenção de infecções no local da cirurgia

3. Cuidado pós-operatório imediato:

– Definição de metas, monitoramento e orientações pós-cirúrgicas

4. Alta segura:

– Critérios para alta hospitalar

– Monitoramento pós-alta e continuidade do cuidado Indicadores-chave para monitoramento, como exemplo:

Média de tempo de internação
Taxa de readmissão em até 30 dias
Taxa de infecção no sítio cirúrgico
Satisfação do paciente (Net Promoter Score)

Conclusão:

O fast tracking cirúrgico é uma abordagem relevante para melhorar a segurança, qualidade e eficiência dos cuidados cirúrgicos.

Sua implementação requer o envolvimento de toda a equipe multidisciplinar, seguindo etapas bem definidas e monitorando indicadores-chave.

Hospitais e operadoras de saúde que adotarem essa metodologia podem obter benefícios significativos para pacientes, profissionais e a própria organização.

A Valor & Saúde disponibiliza consultoria exclusiva para implantação do Fast Tracking Cirúrgico e alta segura associado a otimização de processos, dados analíticos e inovação.

Referências

PORTER, Michael E.. What Is Value in Health Care?New England Journal Of Medicine, [S.L.], v. 363, n. 26, p. 2477-2481, 23 dez. 2010. Massachusetts Medical Society.

PORTER, M. E.; TEISBERG, E. O. Redefining health care: Creating Value-Based Competition on Results.1. ed. Boston: Harvard Business School Press, 2006.

Organização Mundial de Saúde. Segundo desafio global para a segurança do paciente: cirurgia segura salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS). Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; Agência Nacional de

CBC. Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Manual de cirurgia segura do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: < https://cbc.org.br/wp-content/uploads/2015/12/Manual-Cirurgia-Segura.pdf>. Acesso em: 30/05/2024.

NOGUEIRA, Melo Tarcísio; MONTEIRO, Daniel Simões. Fast track em cirurgia cardíaca: quando e como fazer. Rev Med Minas Gerais, v. 20, n. 4 Supl 1, p. S31-S36, 2010. Disponível em: https://www.rmmg.org/exportar-pdf/1023/v20n4s1a06.pdf. Acesso em: 12/01/2024.

Manual de Cirurgia Segura, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (2015), Guideline da Sociedade Europeia de Anestesiologia (ESA) 2018 (disponível na plataforma da Sociedade Brasileira de Anestesiologia). Disponível em: https://cbc.org.br/wp-content/uploads/2015/12/Manual-Cirurgia-Segura.pdf. Acesso em: 12/01/2024